ESGTS – Ciclo de Seminários 2025, Ciência de Dados e IA – A teoria da conspiração é verdadeira?

A TEORIA DA CONSPIRAÇÂO É VERDADEIRA?

Paulo Araújo Santos, 15 de Maio de 2025, 20h , Sala Conceptlab
No dia 9 de maio de 2025, teve início o debate sobre o euro digital na ESGTS. Nesta primeira sessão, surgiram questões que geram grande preocupação e foram identificados riscos muito severos. Foi também apresentada uma análise de dados que revela a existência de erros graves cometidos pelo Banco Central Europeu no passado, os quais importa corrigir no futuro. No seminário de 15 de maio, pretende-se dar continuidade ao debate, centrando a discussão nas evidências de que, pelo menos, alguns pontos das chamadas teorias da conspiração podem ser verdadeiros. É especialmente preocupante que esta teoria já esteja a ser apresentada como verdadeira por alguns jornalistas e comentadores da comunicação social nos Estados Unidos. Será igualmente debatido qual o melhor rumo a seguir para o sistema financeiro da zona euro, de forma a evitar riscos graves para os cidadãos e a prevenir a degradação da imagem do Banco Central Europeu junto da população.
 

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A teoria da conspiração pode ser entendida como uma estrutura que inclui frequentemente os seguintes temas centrais:
  • 1. Esforços de concentração do poder em organizações controladas por uma pequena elite de grupos como o World Economic Fórum, sociedades secretas, etc;
  • 2. As divisões, conflitos sociais e guerras são intencionalmente encorajados para manter o domínio pela elite;
  • 3. A Comunicação Social e os partidos políticos com poder de decisão são controlados para promoção das agendas da elite;
  • 4. Narrativas baseadas no medo são utilizadas para suprimir o pensamento e a análise crítica;
  • 5. Censura e intensa repetição de mensagens na Comunicação Social para desacreditar os opositores ao sistema de poder da elite.
Estes elementos não estão necessariamente presentes em todas as teorias da conspiração, mas representam uma estrutura recorrente. Embora estas teorias frequentemente incorporem exageros ou temas pouco verossímeis, respeitando o princípio da prudência, não se pode descartar pelo menos alguns dos seus elementos mais preocupantes como possibilidades.

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O euro digital, ao eliminar a necessidade de recorrer a bancos comerciais para que os cidadãos tenham acesso a uma conta bancária em euros e ao dinheiro digital — centralizando essas contas no Banco Central Europeu (BCE) —, abre caminho para a total centralização do sistema monetário. Além disso, por se tratar de uma forma de dinheiro programável, permite um controlo total sobre a forma como os cidadãos utilizam o seu dinheiro. Este controlo absoluto, exercido por uma organização não eleita pelo povo, tem sido fortemente criticado pelos defensores das teorias da conspiração, que o veem como uma ferramenta fundamental para implementar tais teorias. No entanto, existem evidências de que pelo menos alguns pontos dessas teorias podem ter fundamento. Focar apenas na defesa do dinheiro físico não aborda o cerne do problema. Neste seminário, serão apresentadas e discutidas essas evidências, explicados os riscos severos associados ao euro digital, e analisado por que razão esta proposta pode contribuir para a degradação da imagem do Banco Central Europeu junto dos cidadãos. Por fim, será apresentada uma solução alternativa para a evolução do sistema financeiro da zona euro, que promova o aumento da confiança dos cidadãos no BCE e nas instituições da União Europeia e a possibilidade de politicas monetárias adequadas a diferentes regiões e corrigindo-se os erros do passado com políticas monetárias adequadas aos países com mais peso económico na zona euro com consequências graves para outras regiões dessa zona.

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LINK ZOOM:

https://videoconf-colibri.zoom.us/j/91754883285

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